Natália Correia - 3 de Abril de 1982
Agora que estamos à porta de novo referendo sobre a IVG, é altura de recordarmos um certo poema de Natália Correia.
“O acto sexual é para ter filhos” - disse na Assembleia da República, no dia 3 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado, num debate sobre a legalização do aborto.
A resposta de Natália Correia, em poema - publicado uns dias depois pelo Diário de Lisboa - fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso.
Já que o coito - diz Morgado –
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
“O acto sexual é para ter filhos” - disse na Assembleia da República, no dia 3 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado, num debate sobre a legalização do aborto.
A resposta de Natália Correia, em poema - publicado uns dias depois pelo Diário de Lisboa - fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso.
Já que o coito - diz Morgado –
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
5 Comments:
Vim aqui a partir do "murcon" para comentar um comentário seu que não compreendi.
Pareceu-me que disse não estar de acordo que o parlamento legislasse a partir do SIM, uma vez que o refendo não tinha sido vinculativo.
Se assim foi, ocorre-me dizer-lhe que, há 9 anos, foi bem menos vinculativo, pela participação e pela curta distância entre as duas respostas... e o parlamento arquivou uma lei já aprovada (pelo SIM).
E, para além disso, quando o povo se marimba para a criminalização de uma questão, a opcção só pode ser não criminalizar. Não lhe parece?
Há 9 anos, aceitei o Não que cerca de 12% dos Portugueses me impuseram.
Hoje espero que se respeite a opinião de mais de 2 238 000 eleitores.
Cumprimentos.
P.S.: Já agora, não pude deixar de repara na curiosidade de termos escolhido o mesmo poema para o primeiro post pós referendo.
tb vim ca ter pelo comentario feito por si no "murcon".
Grande mulher - nao me referia a altura; mas sim:
..."Mas Tabram afirmou que não tem medo da prisão"...
Desculpe nao tenho jeiro para desenhos.
Passe bem
Cof, cof...se é para nos degladiarmos que não seja Chez Le Murcon, que isto parece-me deselegante, okay?
Deixo aqui pespegadas as minhas impressões digitais, as do dedo mindinho e tudo!
Bj citrus:)
Olha lá...tu mordeste-me?!?
Não vês que isso dói?! Bruto, pá...
Amuo tangerinico..humpf!
Independentemente de estar ou não de acordo com a deputada e grande poetisa Natália Correia NOVA : tenho de reconhecer que, com a sua morte perdemos uma grande Mulher e comunicadora.
MANUEL LEONARDO HORTA NOVA
hmanuelleonardo@yahoo.com.br
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