quarta-feira, dezembro 01, 2004

Ora aí está o esperado trambolhão do governo PSD / CDS

Pois é... quatro meses e meio depois de ter viabilizado o pior governo que Portugal teve depois do 25 de Abril, Jorge Sampaio lá se decidiu pela dissolução do Parlamento e convocação de eleições antecipadas.
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Há quem diga que, para esta tomada de decisão do Sr. Presidente da República, não terá sido totalmente estranho o conteúdo do artigo de Cavaco Silva publicado na última edição do semanário Expresso, onde este afirmava ter "chegado o tempo dos políticos competentes afastarem os incompetentes".
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Tenho para mim que, tão ou mais importante que este artigo de Cavaco Silva, foi a luta dos sindicatos, a força da opinião pública e a vigilância apertada dos partidos da oposição, embora um deles - o PS - tivesse ultimamente deixado de exigir a queda de PSL. Sem estes "pauzinhos na engrenagem", o PR não se teria nunca sentido na "obrigação moral" de correr com este governo. Por isso mesmo, e em minha opinião, não é (apenas) ao Dr. Jorge Sampaio que o povo português deverá agradecer a medida (só) agora tomada !
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Vão-se seguir tempos de grande balbúrdia no seio dos dois partidos do governo, com especial incidência para o PSD. Numa de vítima, Santana Lopes - que nunca passou de mero líder de uma das facções do PSD e que foi colocado, à pressão, na direcção do partido - vai tentar chamar à responsabilidade os seus companheiros mais destacados. Pode ser que me engane, mas não vai ter sorte nenhuma... Meteu-se nela, agora que se "desenmerde", pensarão muitos desses seus (?) companheiros.
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Há também quem, ingenuamente, já vaticine o enterro político da direita. Talvez Pedro Santana Lopes e/ou Paulo Portas estejam - na realidade - politicamente mortos (ou mal enterrados), mas o mesmo não pode ser extrapolado para o todo. Tal como foi necessário lutar para fazer cair este governo, há agora que preparar muito bem a próxima campanha eleitoral para que a direita saia - de facto - derrotada.
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Não substimemos o PSD e o CDS, com ou sem PSL, com ou sem PP. Não esqueçamos que - contra tudo e contra todos - Bush foi reeleito com uma votação reforçada, quando nada o fazia prever. Para além disso, o povo português tem a memória curta e gosta muito de "rebuçados".

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